domingo, 24 de novembro de 2019

Cartaz Peças


Comentário Helvética

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peças segundo Hertzberger


PEÇAS – Refeitório

A intervenção ‘Peças’ foi pensada com o objetivo de manter o uso do espaço escolhido – refeitório – mas de modo que negasse o funcionalismo limitante que havia previamente e passava sensação de desconforto pelo contraste entre tamanho do espaço e a maneira que era usado. Após debates, a conclusão foi que faltavam pessoas, e para isso deveríamos tornar o refeitório mais convidativo. Além disso, haviam os problemas de não haver onde descansar após alguma refeição, o que restringia o visitante ao quarto, e de a cozinha ser restrita à cozinheira, o que nos impedia de guardar lanches e itens alimentícios individuais na geladeira, ou de usar o micro-ondas, por exemplo.

As mesas em formatos de trapézio se encaixam e possibilitam usos inesperados, individuais, mas sem que o uso original, de espaço de alimentação, fosse impedida. Ou seja, criou-se, com o mobiliário móvel uma urdidura que insere, como trama, uma multiplicidade de disposições, possíveis de adquirir diversas funções diferentes.

Dito isso, é cabível relembrar a primeira impressão do refeitório-galpão: vazio o bastante para criar eco, mas sem oferecer um espaço confortável para intervenções dos usuários, e cheio o bastante para haver uma funcionalidade única e clara, porém sem cumpri-la plenamente. Ou seja: nem funcional, nem flexível e muito menos polivalente. Com a mudança do formato e localização das mesas e adição de uma segunda cozinha, para o uso dos visitantes, abriram-se possibilidades para que a função de refeitório fosse exercida plenamente, mas ao mesmo tempo permitindo influências individuais de, por exemplo, qual desenho ou qual lugar deseja colocar a mesa onde vai se sentar. Há ainda o redário, feito sob as árvores, que possibilitam momentos de descanso e de socialização, dentre outros, que cabem ao usuário.

A disposição de mesas dentro do refeitório, em uma área com piso construído e o gramado exemplifica a gradação do dentro para fora – embora haja uma parede e janelas entre a construção e o gramado, não há limite imposto de onde se inicia e onde termina seu espaço. No entanto, demarcações com textura indica a área e disposição original das mesas, para que a primeira organização seja retomada caso desejada

A articulação entre publico e privado, por fim, foi feito em duas instâncias: da área de refeição para a primeira cozinha e da primeira cozinha para a segunda. Aquela foi mais sutil, com um grande portal, portas apenas separando o interior do prédio de seu exterior, mas nunca os espaços mencionados, deixando-os com livre acesso a todos, porém separados, ambientes diferentes. Esta, no entanto, foi feita de maneira mais violenta, com uma parede de alvenaria e uma porta de madeira – no padrão das outras portas do refeitório – para que a separação seja clara e não haja sugestão de convite para a segunda cozinha, visto que ela é de uso restrito das cozinheiras.

Com essa intervenção, esperamos criar um espaço de maior uso e mais agradável – múltiplo e convidativo – na Casa da Glória, que é visitada constantemente por turistas e estudantes.